quarta-feira, março 26, 2008

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Há coisas curiosas... às vezes, quanto mais sinceros somos mais conseguimos afastar o que queremos por perto. Se há coisa que aprendi nos últimos tempos é que falo demais. Tenho de aprender a calar a boca. Há palavras que devem ficar por dizer. Sempre. Mesmo que supliquem para ser ditas. Mesmo que gritem um desabafo. Não podem. Tenho o coração colado à boca e não consigo guardar para mim o que me apetece dizer. Por qualquer uma razão, meio mórbida e de certa forma masoquista, acabo sempre por cometer o erro, consciente, de dizer o que sinto. Dou constantemente tiros no meu próprio pé. E mesmo com o mesmo todo furado, sei que hei-de voltar a fazê-lo. Acho que faz parte da minha natureza, ingrata que é. Posso esconder-me atrás disto o quanto quiser. Mas engano-me. E sei disso. O que sou é burro. E um burro, uma besta, é um ser que não pensa. E eu não penso. Pelo menos não antes de dizer. Sinto e disparo, uma e outra vez contra o meu próprio pé. E sempre o mesmo. Cada tiro que dou, como as palavras que digo, fazem-me recuar num tempo que já era. É uma guerra que estou destinado a perder. E não aprendo. Não consigo. (Contigo) simplesmente digo. Disparo...

quinta-feira, março 20, 2008

I´m watching you!


Dia do (meu) Pai

O meu pai é o maior! É grande. Muito maior do que alguma vez serei. É um guerreiro sem armas, um gladiador. Um poço de força e optimismo. É seguramente um dos melhores pais mundo. Não digo o melhor porque é o que todos dizem e acredito que haja mais como ele. Este mundo é tão grande que não fui, de certeza, o único a ter essa sorte. Mas o meu é um deles! Garantidamente. Mente e espírito como queria para mim. O meu velhote é lindo e único! Obrigado.

Fragmentos

Insisto. A realidade está à vista e é óbvia. E eu insisto, uma e outra vez até começar a passar pelo parvo que já me sinto. Não pareço importar-me muito com isso, uma vez que insisto outra. E o que é que isso faz de mim? Parvo! E não é um parvo, parvo! É um parvo...: - Manca-te! E é o que faço. Pelo menos tento. Mas por pouco. E quando dou por ela, voltei a fazê-lo. Insisto, sem retorno nem resposta. Não é diferente de rigorosamente nada, o que é uma pena e não o fim do mundo. Paciência. Acho que não volto mais a insistir. Parece qu'é parvo...!

segunda-feira, março 17, 2008

free music

No more rainy days

Desapareceu a nuvem carregada de chuva que pairava em meu redor. Acordei e já lá nao estava. Foi substituída por saudade. Desapareceu-me um peso dos ombros e acho que voltei a andar direito. Sem tristeza. Ganhei outro, um peso leve no peito. Tatuado. Há coisas que não desaparecem nunca. Adormecem. Mudam de lugar. Esta nuvem é uma delas. Não a quero esquecer nem perder, mas não quero mais carregá-la aos ombros. Encheu-se de chuva e choveu. E agora posso guardá-la sem peso e para sempre. Resignado. Mas tranquilo...

sexta-feira, março 14, 2008

The World at the tip of my fingers...

A conquista continua e as palavras que escrevo vão chegando aos quatro cantos do Mundo. Vá-se lá saber bem porquê. Chega mais a uns cantos que a outros, é certo, e desconfio que em alguns deles é mais por erro humano do que por qualquer outra razão. O que não deixa de me dar algum gozo. Podia aqui mencionar os nomes das cidades que me visitam, como já fiz, mas não apetece. Mas cito, com todo o gosto, uma bem portuguesa: Valongo do Vouga.

quinta-feira, março 13, 2008

Same old same...

Oito da manhã. Acordar não me apetece e resisto. Rola, Rebelo, rebola. Luta injusta com uma almofada mais forte, assistida pelo fiel edredon de penas. Batalha desleal e sempre a mesma. Às vezes, se bem que poucas, não lhes dou hipótese. Mas na maioria das ocasiões ganham-me pelo menos uma hora. Acabo sempre por destruir a vontade, quase incontrolável, de me submeter à pressão confortável das penas que me cobrem. Olho para o relógio e são já as horas em que, teoricamente, lá devia estar. Mas para quê? A pergunta é retórica porque a resposta é evidente. Não obstante, faço o que me compete e sigo o meu caminho. Não tenho que planear o dia, nem que gerir prioridades. Não tenho stress, timelines, deadlines, milestones nem nada que se pareça. Não tenho que garantir rotinas nem avançar trabalho acumulado. A única coisa que tenho acumulada é inércia e marasmo. E por falar nisso, tenho aqui mais um bocado de nada para acumular aos bocados de coisa nenhuma da semana passada. Se calhar é melhor ter cuidado, se não ainda acabo por ficar com uma série de nada para fazer e depois não dou conta do recado. Ainda me despedem por não cumprir com as minhas tarefas. Chego ao escritório, nunca vazio, e entre biombos dou início ao meu dia. Música nos ouvidos e estou pronto para atacar. Jornais online, cafézinho, correntes de email, cigarrinho, Messenger, Star Tracker, textos para o blog, mais um cigarrinho, LinkedIn, LondonJobs, Mad´s, cafézito, correntes de email... e por aí adiante. É uma animação e não tenho mãos a medir. Chega a hora do almoço e bem precisava, que isto de pouco ou nada fazer também dá fome. Tiro todo o partido da hora que tenho, mais meia. Quando volto, o trabalho lá está, ninguém lhe mexeu e ele não desaparece. Ou pensas que a vida são só facilidades? É o que me diz minha mãezinha. Andou a ela a criar este marmanjo para estar a ser escravizado num escritório. Que desgosto! À tarde, é mais do mesmo. E chego mesmo a suar. Está sempre mais quentinho. A custo, e muito, as dezoito estão mais perto, mas demoram a chegar. Estou tão concentrado no trabalho que não tenho, que oiço o ponteiro dos minutos a fazer o seu caminho. Já conheço o som das seis, é bem diferente dos outros. E não oiço mais nenhum a partir desse. Quando dou por mim já lá não estou... Será que vai ser sempre assim? Ou tiram-me daqui? Rápido!

quinta-feira, março 06, 2008