segunda-feira, abril 28, 2008

terça-feira, abril 22, 2008

Hoje...

...recordo uma realidade que me é (agora) distante e não me parece minha. Sei que é (leia-se foi), mas não parece. É de um eu de que me lembro. E já não somos o mesmo. Somos outro do mesmo e ficámos diferentes. Como é que é possível não sentir como minha uma realidade que me pertenceu e tanto? Não sei, mas é. Talvez porque o tempo, e não é preciso tanto assim como isso, tudo tira. As realidades que são (leia-se foram), não perdendo (nunca) o valor que tiveram (leia-se têm), vão deixando de ser. Transformam-se. O que era imprescindível e vital, às vezes sem deixar de o ser, desaparece. Com o tempo, passam a simples recordações, memórias. Passam a um género de nostalgia melancólica que me ataca quando me lembro. É uma realidade que vivi, mas que já não é minha, já não me pertence. E por mais intensa que possa ter sido, e foi, pertence agora ao plano do vazio. Pertence à vida, pertence a um tempo que já passou. Pertence a uma estória que é (leia-se foi) a minha...

sexta-feira, abril 18, 2008

quinta-feira, abril 17, 2008

Às vezes volta a cair-me a chapa...

Pego na minha agenda e procuro uma página sem tinta, para escrever. Sem querer, abro no vinte e dois. Tinha tinta. Tinha escritas três palavras. Três palavras que agora são tristes. Melancólicas. Três pequenas palavras do tamanho do que foi um mundo. Do tamanho de uma vida. Três palavras, de uma sílaba, que foram minhas. Palavras que não voltarei a escrever.

segunda-feira, abril 14, 2008

Eyes wide shut

Estou gelado. E mereço. A ingenuidade é paga a peso de ouro. E para a minha, não há que chegue. Passou por mim uma tempestade de gelo, sem vida, que ao que parece fui eu que criei. Não creio. E tenho frio. Uma vez mais - cada um tem o que merece. Semeei um vento, que me parecia uma brisa e ganhei uma tempestade, que sinto ácida. Recuo, derrotado e sem armas e espero sozinho, de olhos bem fechados, que chegue um dia a bonança.

terça-feira, abril 08, 2008

...

Já não me caem as palavras com sentido, caem antes desordenadas, sozinhas. Já não me tocam nos dedos as letras perdidas de um alfabeto. Estão cansadas. Como eu. Sem vida. Escrevo, unicamente, palavras que não significam nada. E apago-as...