sexta-feira, março 31, 2006

Extremas Medidas...

Q. 2

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela acaba. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para a frente. Devíamos morrer primeiro e vermo-nos, logo, livres disso. Depois vivíamos num lar até sermos expulsos de lá para fora por estarmos demasiado novos. Ganhamos um relógio de ouro e vamos trabalhar. Então, trabalhávamos durante 40 anos até ficarmos suficientemente jovens para gozar a reforma. Nesta altura, curtíamos tudo. Bebíamos bastante, fazíamos festas e preparávamo-nos para a faculdade. Íamos para a escola. Tínhamos várias namoradas e voltávamos a ser crianças. Não temos nenhumas responsabilidades. Tornávamo-nos um bébé de colo e e voltávamos para o útero da nossa mãe. Passávamos os últimos meses da nossa vida a flutuar...

Tudo acabaría com um óptimo orgasmo! Não seria perfeito?"

Charles Chaplin (1889-1977)

Curiosos Fragmentos

Sguedno um etsduo da Uinvesriadde de Cmabgirde, a oderm das
lertas nas pavralas não tem ipmortnacia qsuae nnhuema.
O que ipmrtoa é que a prmiiera e a utlima lreta
etsajem no lcoal cetro. De rseto, pdoe ler tduo sem gardnes
dfiilcuddaes... Itso é prouqe o crebéro lê as pavralas cmoo
um tdoo e nao lreta por lerta.

quarta-feira, março 29, 2006

Fragmento VI

Às vezes sinto-me parado e a marcar o passo, sem o dar. Ao meu lado, no chão, um buraco criado por um pé, que não anda, vai crescendo... À sua volta, as marcas do contra tempo surgem, mas são timidas. O ritmo é longo e moderado, há muito. Preciso de um solo de alma que dobre o tempo marcado e parta o ritmo em três, ou mais! Quero parar de dar passos em volta de mim mesmo. Quero fazer a música, não marcar o ritmo....

Em bom Portug(al)uês

Neste Portugal imenso, quando chega o verão, não há um só ser humano que não fique com tesão. É uma terra danada, um paraíso perdido. Onde todo o mundo fode, e todo o mundo é fodido. Fodem moscas e mosquitos, aranhas e escorpiões, fodem pulgas e carrapatos e as empregadas c'os patrões. Os brancos fodem os pretos, com grande consentimento, há Amigos que fodem as noivas até à hora do casamento. O General fode o Ministro, a Autarca a ordem de prisão. E os da Assembleia da República vivem fodendo a nação. Os frades fodem as freiras, o Padre fode o sacristão, até na seita do crente o pastor fode o irmão. Todos fodem neste mundo num capricho que alívia e os danados dos VIP'S fodem os putos da Casa Pia. Parece que a natureza, a todos nos vem dizer que andamos neste mundo somente para foder. E você, meu nobre amigo, que agora se está a entreter, se não gostou da poesia, levante-se e vá-se foder!!!
Autor Desconhecido
Também, pudera, se fosse conhecido, tava fodido!!!

quinta-feira, março 23, 2006

quarta-feira, março 22, 2006

(Des)Abafo

Frases egoístas assim como actos, palavras pesadas e antigas que somam às novas. É uma bola que não é de neve...

terça-feira, março 21, 2006

Fragmento V

Numa mão, um cigarro que apago. Na outra... um copo espera, pacientemente, por uma nova dose, que não demora. Está escuro. A noite chegou e veio para ficar. Traz consigo o frio que se instala sem ser convidado. E fazem-me companhia. O whisky, de volta ao copo, torna suportável a sua presença. Habituo-me e já não sinto. E devagar, quase sem dar por isso, vou deixando de ser...

segunda-feira, março 20, 2006

Fragmento IV

Com passos leves e curtos percorro um caminho que, sem escolha, me espera. Desconhecido, imprevisível e único. É um corredor largo, com várias portas e janelas. Há portas nos tectos e a meio das paredes, assim como janelas no chão. Umas estão abertas, alguém não as fechou. Outras escondidas, são quase secretas. Portas e janelas cada uma com a sua paisagem, mas não para sempre. Por vezes e sem aviso, desaparecem ou mudam de lugar, são independentes, com vida própria, apesar de serem minhas. Algumas fecham-se ao simples toque e o vidro das janelas é inquebrável. As portas, têm chaves. Cada uma a sua. Encontro várias, mas não abrem, guardo-as. O caminho, que vai passando, não pára e é constante. Desconhecido, imprevisível e único. É o meu caminho.

sábado, março 18, 2006

O Cego

Um publicitário passava por um mendigo cego todos os dias, de manhã e à noite. Dava-lhe sempre alguns trocos. O cego trazia pendurado no pescoço um cartaz com a frase: "Cego de Nascimento. Uma esmola por favor". Uma manhã, o publicitário virou o letreiro do cego ao contrário e escreveu outra frase. À noite, depois de um dia de trabalho, perguntou ao cego como é que tinha sido o seu dia. O cego respondeu, muito contente: Até parece mentira. Foi um dia extraordinário. Todos que passavam por mim deixavam alguma coisa. Afinal, o que é que escreveu no letreiro?! A frase era: "Em breve chegará a primavera e eu não poderei vê-la". A maioria das vezes não importa O Que diz, mas Como diz... por isso tenha cuidado na forma como fala com as pessoas, porque isso tem muito peso naquilo que quer dizer.

sexta-feira, março 17, 2006

quinta-feira, março 16, 2006

Q. I

I believe in God, only I spell it Nature.

Frank Lloyd Wright (1869 - 1959)

quarta-feira, março 15, 2006

Clássico II

Dr. Hannibal Lecter:

A census taker once tried to test me. I ate his liver with some fava beans and a nice chianti.

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I do wish we could chat longer, but I'm having an old friend for dinner.

Silence of the Lambs 1991

terça-feira, março 14, 2006

Fragmento III

O impasse em que estou provoca em mim uma ansiedade que, não sendo constante, surge quando quer e bem lhe apetece, sem controlo ou medida. Cheguei a um ponto de viragem em que, como em tudo na vida, não tenho total controlo. Mas quero!

ML Party

De expectativas ao alto, avanço confiante. O aparato, artificialmente montado impressiona... mas não muito. Ao corpo, que ainda sofre, não apetece. A mente, expectante, empurra convicta. As pessoas são as mesmas e mais algumas. Gentes de aparência trabalhada, bonitas e bem postas, outras que trabalharam demais e não tão bem se colocam. Uns que são ninguém, outros que acham que são, passeiam-se por ali sem destino aparente. Devagar e a custo zero o corpo deixa de sofrer. As expectativas, não alcançadas, já não são tão importantes. O ambiente está criado e não faz justiça à sua fama. Tempo de ver caras amigas, olhar outras que ainda não, tempo de deixar presença. Olhares cúmplices que se cruzam enchem a sala e o ego. De repente e sem aviso o bar, que era aberto, deixa de haver. É o início do fim. Uma garrafa no bolso de outro dá-nos mais tempo, mas pouco. À saída, só os duros, e uns outros que tais. Ainda há tempo para uma batucada mas sem alma . As cabeças estão cheias e o corpo pede cama...

sexta-feira, março 10, 2006

ML I

Hoje cedo, um corpo contrariado e dorido, bate-se na eterna guerrilha do acordar. Os olhos não vêem e o tempo não para. São horas do Europa, mas noutro filme. Há muito que toca a sinfonia de um outro Beethoven, mas sem efeito... Em menos de um instante e num rasgar de responsa estou a horas onde é suposto. Caras conhecidas de outras andanças são mais uma vez parceiros, colegas e alguns amigos. O dia é longo e o tempo parou. Carros, carrinhas, baias e barreiras, naves, navetes, tranfers e pessoas, mulheres que são lindas e enchem a vista e homens que são mulheres que a deixam descansar... baixa-se o sol e chega a noite. Elevam-se os ânimos alcoólicos de alguns vips anónimos e de outros nem tanto. Findo o dia, apagadas as luzes, o tempo volta ao seu tempo normal, mas nao por muito, só até amanhã!

quarta-feira, março 08, 2006

Clássico I

"All i have in this world is my balls and my word and i don't break'em for no one do you understand?"

"You wanna fuck with me? Okay. You wanna play rough? Okay. Say hello to my little friend..."

Al Pacino/ Scarface

domingo, março 05, 2006

Sonhei?!

Saio de casa a correr, mas sem pressa, desço as escadas encostado à parede húmida que não reconheço, no lugar da porta está uma janela. Não sei onde estou. Continuo a descer, por degraus que não existiam à procura de uma saída. Sem dar por isso estou na rua, vazia e abandonada. Sei que estou sozinho. Não há sinais de vivalma. A rua, que é a minha, está diferente, os prédios estão fora do lugar. Corro e grito por alguém mas a voz é muda e não me oiço. Deambulo pela cidade que é fantasma, disforme e cheia de silêncio. Já não é a mesma. Não é a minha cidade.

sábado, março 04, 2006

Ezekiel 25:17

" There's a passage. I got it memorized. Ezekiel 25:17. The path of the righteous man is beset on all sides by the inequities of the selfish and the tyranny of evil men. Blessed is he who, in the name of charity and good will, shepherds the weak through the valley of the darkness. For he is truly his brother's keeper and the finder of lost children. And I will strike down upon thee with great vengeance and furious anger those who attempt to poison and destroy my brothers. And you will know I am the Lord when I lay my vengeance upon you.
I been sayin' that shit for years. And if you ever heard it, it meant your ass. I never really questioned what it meant. I thought it was just a cold-blooded thing to say to a motherfucker before you popped a cap in his ass. But I saw some shit this mornin' made me think twice. Now I'm thinkin': it could mean you're the evil man. And I'm the righteous man. And Mr. 9mm here, he's the shepherd protecting my righteous ass in the valley of darkness. Or it could be you're the righteous man and I'm the shepherd and it's the world that's evil and selfish. I'd like that. But that shit ain't the truth. The truth is you're the weak. And I'm the tyranny of evil men. But I'm tryin', Ringo. I'm tryin' real hard to be a shepherd. "
Pulp Fiction 1994

sexta-feira, março 03, 2006

Addicted I

Quero ir! Quero da noite que se transforme em dia e a paisagem em tons de branco. Quero o ar rarefeito de uma montanha só minha. Quero do vento que passe e o chão a fugir. Quero do tempo mais tempo e o nevão a cair.

quarta-feira, março 01, 2006

Fragmento II

Pergunto-me se existe, em qualquer lugar, uma lista numerada das crateras que são abertas em Lisboa diáriamente. É revoltante e visceral o sentimento que se apodera de mim ao ver a minha velha cidade esventrada por patetas de fato. Abrem-se túneis porque sim, mais um buraco...? Porque não!? Será que existe algum critério? Quero acreditar que sim, mas a realidade que me é apresentada dia sim, dia sim é de uma total e completa irresponsabilidade infantil em busca da "obra feita"... é triste! E enquanto isso a minha cidade, cansada e antiga, sofre em silêncio.