quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Sonhei?!

Sentado numa pedra... é de noite. E debaixo do céu da Serra quase que toco nas estrelas. As cadentes são amiúde e cada uma que vejo, desejo. Estou sozinho, embora rodeado de pessoas. Entre um copo de whisky e um bafo de charuto vou perdendo o tempo. De repente, devagar e sem aviso pára-me na mão um pirilampo. Guardo-o. Não ofusca as estrelas, mas ilumina-me por dentro. Seguro-o mais perto. A luz que é e não é, em tempo moderado, tranquiliza-me. Sinto que se sente confortável sentado na minha mão. Sinto que o faço sentir. E eu também. A dinâmica é pura. E adormeço. Num estado latente, à semelhança de um sonho acordado, vivo e respiro a sinergia. Nunca tinha visto luz assim. As cadentes que continuam a cair já não me prendem. Nunca vi, em nada nem ninguém, o que só consigo ver à luz de um pirilampo. Seguro-o, ainda mais perto. Aperto. E o conforto que era, já não é. Um dia, passados vários de luz, o pirilampo cansou-se e voou. Levou com ele, sem saber, a tranquilidade que me guardava. Agora estou no mesmo sítio onde estava, de alma apagada. Sem retorno. Depois de conhecer esta luz, a das cadentes nem a vejo. E sentado numa pedra, entre um copo de whisky e um bafo de charuto, resta-me a lembrança de uma luz que vou guardar para sempre...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

...

Não consigo esquecer os teus olhos longe do meu olhar, agora triste. Acordo, para deixar de os ver. Sonho perdido e recorrente. Olhar, o teu, que nunca tive senão por falsos e escassos segundos dos quais duvido. Segundos que são horas numa memória que me falha, exclusivos de uma vontade sem espaço e que não dorme nunca...

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Lack of Time

Sinto que me passa o tempo entre os dedos e que nem dou por ele. Já não tenho comigo quem me parava os minutos, quem os fixava num sorriso. Agora passam depressa, em passo de corrida. A galope. À carga. Parece que fogem de mim...

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Fragmentos

Tirei os olhos do meu próprio umbigo durante alguns momentos e voltei a olhar à minha volta. Senti-me pequeno, pesado e sem importância. Egoísta...

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Today...

...i woke up from a blue dream into my own blue world... all over again.

domingo, fevereiro 17, 2008

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Viagem

Acho que sonhei com uma viagem. Uma viagem onde voava sem asas. Volátil. Parecia um feitiço. Uma viagem só de ida, sem volta. Uma aventura de veludo. Uma vertigem fugaz, tão envolvente quanto sufocante e inesquecível, uma queda livre sem fim à volta de um mundo invulgar. Uma viagem feita de curtos e breves momentos. Não os suficientes. Momentos movidos ao sabor de vontades soltas e vacilantes. Momentos infinitos e relativos numa mistura de emoções. Todas as que conheço, mais algumas variantes. Vagas de sentimentos furiosos e intensos. Outros caminhos. Novas perspectivas que permitiram o vislumbre do perfeito. Uma prova de fogo feita de peças de Lego. Um sofisma, uma ilusão, um sonho. Foi uma viagem que fiz enquanto sonhava e que acabou antes de acordar...

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Hoje...

...sonhei com o nascer do sol.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

V for Vendetta


Evey: Who are you?
V. : Who? Who is but the form following the function of what and what I am is a man in a mask.
Evey: Well I can see that.
V. : Of course you can, I’m not questioning your powers of observation, I’m merely remarking upon the paradox of asking a masked man who he is.
Evey: Oh, right.
V. : But on this most auspicious of nights, permit me then, in lieu of the more commonplace soubriquet, to suggest the character of this dramatis persona. Voila! In view humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the “vox populi” now vacant, vanished. However, this valorous visitation of a bygone vexation stands vivified, and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin, van guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition.
The only verdict is vengeance; a vendetta, held as a votive not in vain, for the value and veracity of such shall one day vindicate the vigilant and the virtuous.
Verily this vichyssoise of verbiage veers most verbose, so let me simply add that it’s my very good honour to meet you and you may call me V.
Evey: Are you like a crazy person?
V. : I’m quite sure they will say so. But to whom may ask, am i speaking?
Evey.: I'm Evey
V.: E. V... of course.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Dedicatória aos Amigos

"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas deitadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades, até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?" Diremos que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto! -" Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!". A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!"
Fernando Pessoa

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

...

Para esquecer é preciso não pensar e para isso é preciso não viver. Logo, não esqueço... vivo.