sexta-feira, maio 26, 2006

O Execrável Bicho dos Inquéritos (Parte II)

...este bicharoco assustador exigia a todos aqueles que com ele se cruzassem a realização de trabalhos muito, muito pesados, enfadonhos e quase inúteis. Quem ousasse não os fazer... tinha o destino traçado! O execrável - era assim que era mais conhecido - grande e gordo como era, impunha muito respeito, não só pelo seu aspecto, capaz de provocar o górgito aos mais sensiveis, mas também porque tinha poderes de magia. Uma magia negra e destrutiva. Dos cabelos tirava piolhos assassinos do tamanho de gatos. Da boca disparava perdigotos ácidos e bombinhas de mau cheiro. Debaixo dos braços, labaredas pêlos, alguns com mais de um metro, estavam a postos para atacar. Tinha ainda um chicote escondido dentro das calças que fazia estalar de quando em vez, assim em tom de ameaça. Não havia quem lhe fizesse frente. Era, realmente, o mais execrável dos bichos, este dos inquéritos...
Assim todos tinham que pagar, se por ele quisessem passar. E todos pagavam. Trabalhavam dias e dias a fim, no duro, quase de sol a sol, em condições sub-humanas...

(continua)

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