Tropeço mais uma vez, sem cuidado. Dois, três passos... chão. Olho para todos os lados, à procura e não vejo ninguém. O sol já era e continua a chover. Numa esquina, alguém que, certamente, é suspeito de algo, ri-se baixinho. A silhueta é disforme e abstracta e os candeeiros, cansados, não ajudam. Acho que não era ninguém. Levanto-me constrangido e continuo o caminho. Já não chove. Entro noutra rua, ali à direita. É um beco, não tem saída e parece um circo. Está cheia de ursos e leões trapezistas, mulheres de fogo e controcionistas, anões mágicos e ilusionistas, elefantes que são homens e mulheres que são elefantes. Só há um palhaço. Numa azáfama muda e a preto e branco, todos actuam, uns para os outros, sem se verem. E a mim também não. Passo por eles sem dar por isso e estou de novo sozinho. Sentado no ponto mais longínquo da minha existência...
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1 comentário:
Muito bem meu puto! Isto sim é uma parábola (em fragmentos...)
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