A Física está cheia de Química e são ambas incontornáveis. Um feitiço, de pronúncia italiana e olhos cor de amêndoa, paira no ar. De sorriso infinito e apurada pureza, de uma beleza selvagem e de rapina - daquelas que só apetece guardar. É mágica, de beijos doces e suaves, cheios de intenção e verdade. Bela felina, invulgar e genuína. Feiticeira "maledetta" que me seduz e é seduzida, em jogos de hiper-empatia e de fórmula secreta. Mais uma história que começa. Sem início, esta. Que não sei como vai acabar. Mas uma coisa é certa: Um feitiço, de pronúncia italiana e olhos cor de amêndoa, paira no ar...
segunda-feira, setembro 29, 2008
quinta-feira, setembro 25, 2008
Qual é a tua primeira recordação?
Foi-me proposto um desafio, assim em tom despreocupado, mandado para o ar: - Qual é a tua primeira recordação? Sem dar bem por isso, estava já no processo, surpreendentemente fascinante, de recuar dentro da minha mente à mais antiga recordação que conseguisse. O acto de escarafunchar a mente é inquietante, pelo menos para mim foi. Não é coisa que se faça de ânimo leve. Fui afastando momentos que me surgiam do escuro - coisas de que me lembro com alguma regularidade, outras das quais não sabia que ainda me lembrava - sempre com a mais antiga das recordações no horizonte. Por vezes, deixei-me perder numas quantas memórias - que sentia não serem as que procurava -, mas a nostalgia da nossa infância é cativante e magnética. E deixei-me levar. Quando dei por mim, estava numa teia de recordações díspares, confusas e enubladas. Tive de me disciplinar, obrigar-me à objectividade, ao método. Para a eficiente realização deste exercício devem afastar-se, categoricamente, as recordações que sabemos não serem a que procuramos. O que é extremamente difícil, para não dizer impossível! E é aqui que reside o fascínio deste exercício. Levou-me a lugares dos quais nunca mais me lembraria, não fosse o embarque neste desafio. Depois de me auto-disciplinar, de me focar na objectividade do meu propósito, chegou a altura de dar nós às memórias. O que pode chegar a ser irritante. Muito à semelhança daquelas situações em que nos queremos lembrar de um nome - de um livro, restaurante, pessoa, seja o que for! - e não conseguimos. Está debaixo da língua, sabemos o que é, estamos a "vê-lo", queremos dizê-lo, mas não nos é possível concretizar. É o acto de escarafunchar a mente. De repente, assaltou-me do escuro da minha memória, aquela que considerei que cumpria o objectivo a que me tinha proposto - chegar à minha primeira recordação. A recordação em si não tem interesse nenhum, à parte de ser a primeira de que me lembro, e nada me garante que tenha escarafunchado a minha mente com suficiente dedicação para poder dizer, com absoluta certeza, que é esta a mãe das minhas memórias. Por agora considero que sim. É uma memória nítida no espaço: Jardim de Infância - João Pequeno, à Estrela. Não devia ter mais de três anos. Lembro-me perfeitamente onde estava, sentado num muro com mais dois putos como eu. A conversa era sobre o nome de um deles que por qualquer razão que me escapa - talvez fosse inglês, francês, não sei - nos prendeu a atenção. O conteúdo em si varreu-se-me. Mas não é, de todo, importante. O interesse deste exercício está no percorrer a nossa lista mental de recordações. Encontramos coisas que não sabíamos que ainda estavam por aqui. Por outro lado, intriga-me o facto de me lembrar de um momento tão desinteressante como este e não me lembrar de outros que à partida me seriam mais queridos.
E a tua primeira recordação qual é?
terça-feira, setembro 16, 2008
quarta-feira, setembro 10, 2008
terça-feira, setembro 09, 2008
Parabéns Super Guerreiro
Hoje faz anoS um guerreiro. Um guerreiro de uma tribo de homens pequenos e loiros. Um pequeno grande guerreiro de descendência Anglo-saxónica, super e destemido, quase imortal. O alcance dos seus poderes é ainda descoNhecido, mas o potencial largamente reconhecido por todos quanTos o conseguem ver. Diz-se que é filho de uma sábia e de um homem que voa, neto de reis e sobrInho de mais tios do que aqueles que se conseguem contar pelos dedos das mãos. E dos pés. Letal esgrimista, este guerreiro sem medo é tAmbém um exímio atirador de tudo aquilo a que conseguir deitar mão. PeriGoso, se contrariado. Amável e dócil quase sempre. Com este mágico guerreiro, são poucOs aqueles que fazem farinha... eu faço!
segunda-feira, setembro 08, 2008
Diário de Bordo II - Excertos
"Eles eram três... o mais audaz, pegou na espada e zás! Pensas que o matou? Não matou. Eu vou contar como tudo se passou: - Eles eram três, um deles, o mais audaz, pegou na espada e... zás! Pensas que o matou? Não matou. Eu vou-vos contar como tudo, tudo se passou: - Eles eram um, dois, três e o mais audaz, pegou na espada e zás! Pensas tu que o matou? Não matou. Eu vou-te contar como tudo se passou..."
in Devaneios de um Homem Bomba
quinta-feira, setembro 04, 2008
Diário de Bordo I
Abro o lugar onde guardo as palavras e leio-as soltas, de seguida. Fecho os olhos e consigo lá voltar: - Ilha do Farol, poiso de marinheiros de barba rija, capitães de água doce e marinheiras reles. Ponto de partida da verdadeira aventura. Estamos ao sabor do vento e à vontade do mar. A lua que é cheia e gigante parece ser o destino. Hipnotiza. A noite, acolhe-nos meiga e luminosa e o Mundo é nosso. São enormes e constantes, as vagas que nos levam, com o vento, ao porto que nos espera. A adrenalina é inevitável e a sensação de liberdade proporcional ao infinito mar que nos segura... Sem medo, é o Eureka que nos guarda.
quarta-feira, setembro 03, 2008
...
Falei com o passado. Encontrei-o numa esquina um tanto ou quanto virtual. E falámos. Custou. E custou porque me obrigou a lembrar-me. Custou num segundo, ou dois, porque apesar de ser meu e intocável e para sempre, já foi. É mais uma história que se perdeu quando, por força do que é viver, se vai deixando ficar em baixo de outras histórias que já não são nossas, são tuas. E outras minhas. Não dói, mas custa. Custa porque acabar uma história significa começar outra diferente. Eu também, mas essa, por ser o ser humano egoísta - ou serei só eu? - não conta. Acho que custa por orgulho, insegurança, por saudade de momentos, instantes que hoje nunca existiríam mesmo que se contasse a mesma história outra vez. Acho que não me custa a mim, custa antes ao ego que preferia não ter... acho que custa por ter sido verdadeiro. Enfim, são as histórias que temos e que guardamos para sempre. Eu guardo...
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