quinta-feira, maio 08, 2008

Waiting

Agarro-me, inquieto, a um bloco de guardar letras. Preto de capa dura. Sinto uma urgência em escrever e não a sei explicar. Não tenho nada para dizer. Faltam-me os temas, a inspiração. Não sinto nada por nada, pelo menos não com força necessária que obrigue a que me caiam as palavras. Sinto falta dessa(s) força(s). Catalisadora de intensidade e do sentido de sentimento. E gosto dela, da força que me apura os sentidos. Nem que seja só porque me faz escrever.  Não sei se melhor, mas mais, pelo menos. E ainda a tenho, sinto-a, adormecida, ao meu lado. Mas essa descansa em mim imperturbável. Não se devem acordar furacões. Podemos não ter como os dominar. Assim, resta-me procurar outra, nunca igual, que me leve de volta ao lugar onde gosto de estar. Sentado no topo da minha existência, de guarda-letras preto numa mão e carvão na outra limito-me, (im)pacientemente, a esperar...

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