Seguro em mim próprio com as duas mãos e com algum cuidado para não me deixar cair. Sinto-me longe, mas não sei bem onde. Longe, simplesmente. Sem vestígios de Norte sigo Sul, por uma estrada escrita a lápis de cor onde um bico de carvão preto traça, ao tempo dos passos que dou, o caminho que piso. Quero aquele lápis mas de outra cor. Ao longe à minha esquerda, (ou seria à direita?) outro lápis, de cor que desconheço, escreve as frases que digo, antes de as dizer. Também o quero. Queria escrever tudo o que penso e como penso em letras que juntassem as palavras em frases-chave. Frases-feitas de letras que me abrissem as portas de par em ímpar. Chaves-mestra do mundo. Do meu e do teu, quem sabe. Os lápis que agora são mais que muitos trabalham incansáveis e amiúde. Escrevem e pintam e rabiscam e apagam para voltarem a escrever e a pintar tudo de novo. Já não estou numa estrada, estou antes numa metrópole, escrita por mim à medida que penso. Continuo seguro entre entre as pontas dos dedos que guardam os lápis que me escrevem. Quero gritar e não consigo. Ao meu lado e de imediato um dos bicos de lápis, que parece de cera, vai gritando por mim...
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