No outro dia passou-me um tufão à porta. Tempestuoso, acidentado e violento. Nem o senti chegar. Apesar de desordenado, aparentava alguma serenidade. Tão sereno que parecia magnético. E foi. Passou por mim e agarrei-o, mas não por muito. Apenas o suficiente para ele me varrer e me levar no seu passo turbinado. Passos largos e turvos. Passos elegantes e tão estrondosamente silenciosos, que nem ele dá por ele próprio. Um tufão e dos grandes que por momentos, impossíveis de quantificar em minutos ou horas, me levou em vôo picado por lugares que não existem, por sítios que não são. Acho que me levou sem dar por isso. Sem querer. E depois de voltas e mais voltas, que inevitavelmente acabaram num nó cego, largou-me de volta à porta de casa com os nós por desatar. Agora, todo eu sou um nó e não me importo. E mesmo que o conseguisse desfazer, que não consigo... não queria!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário